Sete frases que não estão na Bíblia (3)
1 “A baleia engoliu Jonas”
O que diz a Bíblia:
"E orou Jonas ao SENHOR, seu Deus, das entranhas do peixe [hb. dag]: (...)" (Jn 2.1 - negrito meu). Baleia é um animal marinho mamífero, diferente do peixe, animal aquático vertebrado, não mamífero. Jesus o chamou de "grande peixe" (gr. ketous) (Mt 12.40), embora alguns tradutores traduziram a palavra grega, em algumas versões bíblicas, por "baleia", como a ACF (Almeida Corrigida e Fiel), por exemplo.
2 “Ao pregar, abre bem a tua boca, que Deus a encherá”
O que diz a Bíblia:
"Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito; abre bem a tua boca, e ta encherei" (Sl 81.10 - negritos meus). A expressão em destaque refere-se à provisão de Deus ao seu povo; nesse caso, Israel. A ideia é de um filhote de ave que abre a boca para ser alimentado pela ave-mãe.
3 “Amar a Deus sobre todas as coisas”
O que diz a Bíblia:
"Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças" (Dt 6.5). O texto bíblico nos recomenda a amarmos a Deus com todo o nosso ser (coração, alma e forças). Nosso amor a Ele deve ser por inteiro, em entrega total. (Veja também: Mateus 22.37, Marcos 12.30 e Lucas 10.27.) Embora seja verdade que Deus deve ser amado sobre (isto é, acima de) tudo (todas as coisas), não há qualquer referência textual, na Bíblia, sobre "amar a Deus sobre todas as coisas". Portanto, trata-se de uma frase que não está na Palavra de Deus.
4 “Deus mudou o nome de Saulo para Paulo”
O que diz a Bíblia:
"Todavia Saulo, que também se chama Paulo (...)"(At 13.9 - negritos meus). Saulo (variante de Saul, significa pedido) era o seu nome hebraico, já que ele era judeu, da descendência de Benjamim (Rm 11.1); e Paulo (que, em latim, significa pequeno) era seu nome latino/romano. Ele tinha dupla cidadania; era cidadão judeu e cidadão romano (At 16.36-38; 22.25-29; Rm 11.1; Fp 3.4-6). Daí ser conhecido pelos dois nomes, embora o nome Paulo seja o mais usado nas Escrituras Sagradas, principalmente nas cartas de sua autoria.
Outros judeus que possuíam um nome hebraico e outro romano são: João Marcos, o autor do Evangelho de Marcos, em que João (graça de Deus) era seu nome hebraico, e Marcos (derivado de Marte, divindade romana conhecida como "deus da guerra") era seu nome latino/romano, como era mais conhecido (At 12.12; 13.13; 15.37,39; Cl 4.10; 2Tm 4.11; Fm 1.24; 1Pd 5.13). Flávio Josefo, um personagem extrabíblico e importante historiador que viveu entre 38 e 100 d.C., também foi um judeu que, na época do império romano, era conhecido tanto por seu nome hebraico, José (Deus acrescenta), filho de Matias, quanto por seu nome latino/romano, Tito Flávio Josefo; apesar deste (mais precisamente Flávio Josefo) ser o nome pelo qual ele tornou-se conhecido.
Quanto a personagens que tiveram seus nomes mudados/alterados, temos: a) Abrão e Sarai (Gn 17.4,5,15,16); b) Jacó (32.28); c) Oseias, filho de Num (Nm 13.16); d) Simão (Jo 1.42); etc.
5 “Jesus disse que o Diabo veio matar, roubar e destruir”
O que diz a Bíblia:
"O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância" (Jo 10.10 - negritos meus). Os falsos cristos (falsos pastores), nessa passagem bíblica, são chamados pelo Cristo verdadeiro (verdadeiro/bom Pastor) de "ladrões e salteadores" (v.8), cuja intenção era enganar as ovelhas (isto é, Israel). O ladrão (falso cristo/falso pastor), que age como o Diabo, traz destruição e morte; o bom Pastor (e verdadeiro Cristo) dá vida abundante.
6 “Não é pelo muito falar que um pregador será ouvido”
O que diz a Bíblia:
"E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos" (Mt 6.7). O contexto do sermão de Cristo deixa claro que trata-se de oração e não de pregação a frase em questão.
7 “O Espírito Santo é sujeito ao profeta”
O que diz a Bíblia:
"E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas" (1Co 14.32 - negritos meus). Ou seja, os profetas devem ter autocontrole (saber falar e se comportar, ou seja, agir racionalmente) na entrega de uma profecia. O versículo 33 explica: "Porque Deus não é Deus de confusão (...)".
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